Eu tenho por hábito observar as pessoas. Isso é uma confissão! Não de um jeito assustador ou invasivo, muito menos perseguidor. Eu simplesmente acho as pessoas fascinantes. Gosto de conhecê-las, mas também aprecio observar as pessoas em situações e contextos sociais, a forma com interagem e/ou reagem. Acho que pode ser algo que herdei de minha origem alemã. Alguns de vocês podem já ter visto a composição das casas em uma tradicional vila alemã, as casas ficam bem próximas da rua, e no segundo ou terceiro andar da casa há uma janela aberta, e você pode ver uma mulher ou um homem idoso de pé, sentado ou inclinando-se para ver algo ou contemplando a vida e vendo o mundo passar.
Costumo dizer que; este poderia facilmente ser “eu” em outra época e vida. Costumo dar um passeio em uma trilha em um parque próximo à minha casa, e geralmente uso esse tempo para ouvir meus podcasts favoritos. Se o clima estiver bom, há outras pessoas na trilha; e é para mim um estudo interessante ver quais grupos demográficos irão olhar para cima e sorrir, dizer oi, ou pleo menor reconhecer que estamos nos superando. Há sempre aqueles que por motivos diversos não estabelecem qualquer contato visual e olham para baixo. Sempre que encontro alguém conhecido, question “ e aí, como tem estado?” – se estão felizes, tristes? Se algo os incomoda? Será que as pessoas percebem que estou passando por eles? Será que precisam de um sorriso amigável?
Vivemos em uma sociedade, em comunidades. Muitas vezes estamos em busca de conexões com outras pessoas, procurando semelhanças que possam de alguma forma existir. O que será que esses transeuntes têm em mente? Estou tentando cumprir meu trajeto dentro de um período pré determinado de tempo. E eles podem estar simplesmente fazendo o mesmo, ou podem estar ouvidndo alguma coisa em seus smartphones. Então, raramente paro para conversar com outra pessoa. Ocasionalmente, se eu encontrar alguém que já tenha visto previamente e esta pessoa estiver passeando com seu cachorro (os animais de estimação são sempre uma boa desculpa para iniciar uma conversa do nada), farei um comentário sobre o cachorro, o clima ou algo apropriado. As pessoas geralmente gostam de ser lembradas ou reconhecidas… ou pelo menos é essa a minha premissa.
Fevereiro é o mês associado a lembrar-se das pessoas com as quais se importa. As empresas capitalizaram isto, fazendo uma fortuna em um dia do ano; vendendo cartões, doces e bugingangas. Eles jogam com a consciência daqueles que se perguntam se no ano anterior fizeram o suficiente para merecerem o amor, devoção e cuidado de outras pessoas, especialmente das pessoas que amam de verdade. Meu amor se sentirá muito mais amado se eu comprar um cartão de U$ 8,99 (o que daria R$ 49,71 aproximadamente), ao invés de um que custa U$ 1,99 (o que daria R$ 11,00 aproximadamente). Devo comprar uma ENORME caixa em formato de coração e com uma grande variedade de doces, ou uma pequena barra de chocolates de uma marca comum será o suficiente para dizer “Eu te amo!”??? Devemos colocar um preço no amor? Pode-se realmente colocar um preço no amor?
O ponto a se questioniar é se importante para você é o “Amor Verdadeiro” ou demonstrar algo para com a pessoa que você conhece em uma caminhada ou outrém que ainda está se aproximando de você. Uma solução melhor poderia ser demonstrar nosso carinho e sentimentos por aqueles com os quais partilhamos mais dias ao longo do nosso ano. Mas não somente para aqueles que já amamos, mas também para aqueles com os quais compartilham o mesmo espaço nesta terra conosco. Então, neste mês de reconhecimento do nosso amor por uma pessoa especial, lembremo-nos que não se trata de receber o reconhecimento, mas de entregá-lo a quem menos espera. Por todos os meios, mas também espalhe um pouco do verdadeiro amor de Deus com os outros, dando um sorriso e dizendo; “Olá!” a um estranho que pode precisae saber que outra pessoa se importa o suficiente para notá-lo e sorrir para ele.
Saiba que você é muito especial para a Kinship e somente você pode preencher a parte que faz para completer o quadro da família Kinship, um quadro colorido, de uma comunidade extramamente diversificada. Se você me encontrar (ou qualquer outra pessoa) que esteja sentado naquela janela vendo o mundo passar, não deixe de acenar e lhe oferecer um sorriso.
Feliz Dia dos Namorados.
— Floyd Poenitz, Presidente
Adventista do Sétimo Dia da Kinship, Internacional
@KinshipPrez (on Twitter)